Arthur Miller é, seguramente, um dos maiores dramaturgos americanos. Duas de suas peças figuram com destaque no rol dos grandes textos teatrais do século 20. A primeira delas é A Morte do Caixeiro Viajante, escrita em 1949. A outra, de 1953, é As Bruxas de Salém. Esta última virou filme em 1996, dirigido pelo cineasta inglês Nicholas Hytner e com roteiro adaptado pelo próprio Miller. Na verdade, a história se apropria de um fato que teria acontecido no estado da Nova Inglaterra, no século 17. Naquela ocasião, um grupo de jovens é flagrado em uma dança sensual. Acusadas de possuídas pelo demônio, elas provocam histeria coletiva na pequena comunidade onde vivem. Por conta disso, inicia-se uma onda de acusações contra os moradores do lugar. Miller elabora aqui uma sutil crítica ao Macartismo, movimento liderado pelo senador Joseph McCarthy, que caçou ao longo de quase toda a década de 1950, cidadãos americanos supostamente simpatizantes do Comunismo. O texto de Miller, por si só, já é forte e provocador o bastante. Hytner nem precisa carregar nas tintas. E ainda conta com um elenco dos sonhos, onde se destacam Daniel Day-Lewis, Winona Ryder, Paul Scofield e Joan Allen.
AS BRUXAS DE SALÉM (The Crucible – EUA 1996). Direção: Nicholas Hytner. Elenco: Daniel Day-Lewis, Winona Ryder, Charlayne Woodard, Bruce Davison, Paul Scofield, Joan Allen, Jeffrey Jones e Rob Campbell. Duração: 123 minutos. Distribuição: Fox.
Uma resposta
Um filme extraordinário, desses que deixa o espectador imerso no filme por dias seguidos.