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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

AMOR À FLOR DA PELE

O diretor e roteirista chinês Wong Kar-Wai costuma ser acusado de esteta, um artista que só se preocupa com a forma. É verdade que seus filmes são esteticamente perfeitos e dotados de um rigor visual impecável. Mas é verdade também que suas histórias são ricas em sentimento, conteúdo e sensualidade. A trama de Amor à Flor da Pele se passa em Hong Kong, no início dos anos 1960. O jornalista Chow (Tony Leung Chiu Wai) se muda com a esposa para um quarto de um prédio. Lá ele conhece Li-Chun (Maggie Cheung), que já mora no lugar com o marido, uma espécie de representante comercial. Os dois se tornam amigos, conversam bastante e terminam por descobrir que seus respectivos companheiros são amantes. É justamente nesse ponto que Kar-Wai se distancia do lugar-comum e estabelece um clima de tensão sexual constante. Além da beleza das imagens e da elegância da montagem, outro ponto alto do filme é sua trilha sonora. Sem esquecer, é claro, o carisma e a química do casal principal. Não espere encontrar uma história romântica convencional em Amor à Flor da Pele. Nada vem fácil nas histórias criadas por Wong Kar-Wai. Dono de um estilo narrativo único, seus filmes são como um belo prato de comida. Primeiro você come com os olhos e depois de prová-lo, descobre que além de bonito, o sabor é inigualável. Em tempo: Quatro anos depois, Kar-Wai dirigiu uma espécie de continuação deste filme, que recebeu o título de 2046.
AMOR À FLOR DA PELE (Fa Yeung Nin Wa – China 2000). Direção: Wong Kar-Wai. Elenco: Tony Leung Chiu Wai, Maggie Cheung, Ping Lam Siu, Paulyn Sun, Rebecca Pan, Lai Chen e Siu Ping. Duração: 98 minutos. Distribuição: Versátil.

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Respostas de 3

  1. Provavelmente seja um dos filmes mais elegantes que eu já assisti na vida. Wong Kar-Wai abraça os dramas humanos, sobretudo o amor entre as pessoas, como poucos cineastas de sua geração. E a trilha é sempre umas das principais ferramentas da narrativa de seus trabalhos. Basta pensar no Amor à Flor da Pele que o tema principal começa a tocar em nossa mente. Um prazer, digamos, inenarrável.

  2. Este filme está na minha “playlist”, ainda a ser visto. Casualmente assisti a “2046” na Cinemateca de Curitiba, com alguns professores, em 2005. Após 40 min de exibição virei para o lado e perguntei a um professor de psicologia “está entendendo o filme? devo reconhecer que ainda não entendi nada”, ele disse “ufa, ainda bem que não sou só eu que não estou entendendo!”. Mas, 10 min depois, com o ponto central do filme, as coisas começaram a ficar claras. Ao fim da projeção, Wong Kar-Wai ganhou pelo menos mais dois novos fãs.

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