Se existe um filme que pode ser chamado de marco zero do Cinema da Nova Hollywood, este filme é Bonnie e Clyde, dirigido por Arthur Penn, em 1967. Ele, junto com outros diretores influenciados pela Nouvelle Vague francesa, fizeram uma grande revolução na indústria cinematográfica americana entre o final dos anos 1960 até o final da década seguinte. Penn, apesar de ter realizado obras importantes na sequencia, nunca teve o reconhecimento que merecia. Porém, sua filmografia existe para comprovar o grande cineasta que ele era. Amigos Para Sempre, de 1981, é considerado seu último grande trabalho. A partir de um roteiro de Steve Tesich, inspirado em sua própria vida, o filme conta a história de quatro amigos ao longo de um período de pouco mais de dez anos. Danilo (Craig Wasson, alter ego do roteirista), David (Michael Huddleston), Tom (Jim Metzler) e Georgia (Jodi Thelen) se separam após o fim do ensino médio, em 1961. Através do olhar de Danilo, um imigrante iugoslavo, acompanhamos a história do grupo durante os turbulentos anos seguintes. Penn nos brinda com um rico e complexo painel das grandes transformações sociais, políticas e comportamentais de uma geração marcada por profundas mudanças. Há aqui uma variedade e uma riqueza de situações que, nas mãos de um diretor menos talentoso, poderia se tornar um amontoado de cenas sem conexão alguma. Não é o que acontece em Amigos Para Sempre. Muito pelo contrário. Trata-se de um filme que destaca e valoriza a amizade. E o faz com carinho, ao mesmo tempo em que não esquece de contestar o mundo da época.
AMIGOS PARA SEMPRE (Four Friends – EUA 1981). Direção: Arthur Penn. Elenco: Craig Wasson, Jodi Thelen, Michael Huddleston, Jim Metzler, Elizabeth Lawrence, Miklos Simon e David Graf. Duração: 115 minutos. Distribuição: Versátil.
