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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

Talvez pelo fato de em 2024 se completar 60 anos do golpe militar de 1964, um bom número de filmes nacionais têm esses anos de chumbo como tema de suas histórias. O Mensageiro, de Lúcia Murat; Entrelinhas, de Guto Pasko; além de Ainda Estou Aqui, de Walter Salles; e agora , de Rafael Conde, que se junta a este seleto e importante grupo de obras que abordam um dos piores períodos da História do Brasil. O roteiro, escrito pelo próprio diretor junto com Anna Flávia Dias, é inspirado pelo livro de Samarone Lima e nos relata a história real de José Carlos Novais da Mata Machado, o Zé, interpretado pelo ator Caio Horowicz. Ele foi líder estudantil na UFMG e fez parte da resistência contra a ditatura. Zé optou por viver na clandestinidade e realizou, em diferentes partes do país, um trabalho de alfabetização e conscientização política dos mais pobres. Ao seu lado, Bete (Eduarda Fernandes), com quem teve dois filhos. é o terceiro longa de Conde, projeto que ele acalentou ao longo de duas décadas. Sua abordagem é direta e contundente ao destacar o fator humano de pessoas que sacrificaram a própria vida na luta contra um governo opressor e ilegítimo. Vemos aqui, na essência, a busca por justiça na acepção mais pura e abrangente da palavra.

ZÉ (Brasil 2023). Direção: Rafael Conde. Elenco: Caio Horowicz, Eduarda Fernandes, Samantha Jones, Rafael Protzner, Yara de Novaes, Gustavo Werneck, Alexandre Cioletti, Victor Galvão e Richard Paes. Duração: 122 minutos. Distribuição: Embaúba Filmes.

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