Criado por Otto Binder e C.C. Beck, em 1945, Adão Negro se tornou, nos quadrinhos, o principal inimigo do herói Shazam, criado cinco anos antes. Sob a direção do cineasta catalão Jaume Collet-Serra, esse anti-herói da DC Comics ganha seu primeiro filme solo. O roteiro, escrito por Adam Sztykiel, Rory Haines e Sohrab Noshirvani, faz pequenas alterações em relação ao material original das HQs, mas mantém muito da essência da personagem. Trata-se de um projeto há muito acalentado pelo ator Dwayne (The Rock) Johnson, que aqui é um dos produtores. A história começa cinco mil anos atrás, na fictícia Kahndaq, onde um tirano escraviza seu povo e almeja se apossar de um precioso metal que faria dele um regente de poder absoluto. O mago Shazam aparece e concede então superpoderes a Teth-Adam (Johnson), que acaba preso por milênios e é despertado nos dias atuais. Originalmente, Adão Negro apareceria no filme Shazam!, de 2019. Mas não deu certo. Depois pensou-se em apresentá-lo em O Esquadrão Suicida, de 2021, também sem sucesso. Finalmente, a espera acabou. E o que dizer então do resultado? O carisma de The Rock é realmente inquestionável e a ação é quase ininterrupta. Mas Adão Negro carrega dois grandes problemas: uma trama convencional e o uso abusivo de CGI (imagens geradas por computador). Apesar de propor um debate interessante sobre ser herói ou vilão, o roteiro nem sempre aborda com precisão as ideias que quer discutir. Isso me deu a sensação de estar diante de mais um filme genérico de super-herói. Divertido, porém, esquecível. Mas não posso deixar de destacar a ótima cena pós-crédito. Valeu muito ficar até o fim.
ADÃO NEGRO (Black Adam – EUA 2022). Direção: Jaume Collet-Serra. Elenco: Dwayne Johnson, Viola Davis, Pierce Brosnan, Sarah Shahi, Aldis Hodge, Odelya Halevi, Noah Centineo e Quintessa Swindell. Duração: 124 minutos. Distribuição: Warner.