Dizem que “menos” é “mais”. Nem sempre isso funciona. No caso do filme de terror e suspense Abismo do Medo, essa máxima pode ser aplicada perfeitamente. O diretor e roteirista inglês Neil Marshall, com uma boa idéia na cabeça e pouco dinheiro no bolso, conseguiu realizar uma pequena obra-prima do gênero, injetando criatividade e se valendo de uma antiga e simples fórmula que diz que o maior terror não é aquele que vemos, mas sim, aquele que criamos em nossa mente. Abismo do Medo é assim. Mais sugestivo do que explícito. E isso faz toda a diferença. Na trama, seis amigas ficam presas dentro de uma caverna. Enquanto buscam uma saída, começam a ser perseguidas por estranhas figuras que vivem na escuridão do lugar. Marshall monta sua teia trazendo à tona antigas diferenças entre as personagens, o que só faz aumentar a carga dramática e termina por tornar ainda mais difícil a convivência do grupo e a tentativa de fuga. Com habilidade, o diretor prova que para criar situações dignas de unhas roídas, não é preciso abusar de efeitos especiais e de sustos bobos e inesperados. Basta um roteiro bem construído, bons atores em cena e um pouco de originalidade na maneira de se contar a história.