Alfred Hitchcock era um cineasta com faro apurado para boas histórias. Mesmo quando elas não pareciam promissoras para serem transpostas para o cinema. Isso aconteceu quando ele leu a peça do francês Paul Anthelme, Nos Deux Consciences, escrita em 1902. O roteiro de A Tortura do Silêncio ficou por conta da dupla George Tabori e William Archibald. O filme conta o drama do padre Michael Logan (Montgomery Clift), que ouve a confissão de um assassino. Ele, mesmo sabendo que precisa informar as autoridades, fica impedido de entregar o criminoso à polícia por causa das normas rígidas da Igreja, que o impedem de revelar um segredo de confessionário. Quando de seu lançamento, o filme foi massacrado pela crítica e acabou ignorado pelo público. Reclamaram tanto de tudo que o próprio Hitchcock chegou a dizer em sua famosa entrevista ao diretor François Truffaut que A Tortura do Silêncio não deveria ter sido feito. No que o cineasta francês discordou. E com total razão. Trata-se de um filme denso e carregado de simbolismos religiosos, algo incomum na filmografia hitchcockiana. Todos os elementos que consagraram as outras obras do mestre do suspense estão presentes aqui. E um Hitchcock, mesmo quando o próprio acha que é ruim, é no mínimo ótimo. Sem contar que o título brasileiro é muito melhor e mais poético do que o original.
Respostas de 3
fiquei curiosa pra assistir.
Se todos os filmes ruins que invadem a programação fossem iguais a este Hitchcock, eu certamente iria mais ao cinema. Bem mais!
Nossa…, Marden; é um filme espetacular! Gostaria de poder revê-lo em breve.