Michael Powell é um dos maiores nomes do cinema britânico. Em aproximadamente 50 anos de carreira dirigiu 60 trabalhos, entre curtas, longas e programas de televisão. Junto com o sócio Emeric Pressburger montou uma produtora e realizou obras importantes como Neste Mundo e no Outro, Narciso Negro e Os Sapatinhos Vermelhos. Mas há momentos em que um filme que estava adiante de seu tempo pode provocar a queda de um cineasta talentoso e visionário. Isto aconteceu quando Powell lançou A Tortura do Medo, em 1960. Com roteiro de Leo Marks, o filme conta a história de Mark, um fotógrafo, interpretado pelo ator Karlheinz Boehm, que tem uma obsessão: capturar o medo das pessoas com sua câmara. Isso faz com que ele filme todos os crimes que comente. Massacrado pela crítica de maneira violenta e hostil, A Tortura do Medo não foi entendido em sua época. Em decorrência, Powell migrou para a televisão e sua carreira caiu no ostracismo. Foi preciso duas décadas e a ação do cineasta Martin Scorsese para que a obra deste grande diretor fosse redescoberta e reavaliada. Em tempo: o próprio Powell faz o papel do pai de Mark nas cenas de flashback. Esta edição especial da Versátil traz dois ótimos documentários.