O diretor e roteirista americano Derek Cianfrance vem construindo uma obra sólida e de forte caráter revisionista. Ele, que começou carreira na televisão realizando séries de documentários, estreou no cinema em 2010 com o amargo e tocante Namorados Para Sempre. Dois anos depois foi a vez de O Lugar Onde Tudo Termina, que segue uma linha parecida. A Luz Entre Oceanos, de 2016, é seu terceiro longa e é também o mais ambicioso. O próprio diretor fez a adaptação do romance de M. L. Stedman, que conta uma história de amor com altas doses de melodrama. Tudo começa quando Tom Sherbourne (Michael Fassbender) vai trabalhar como zelador de um farol na costa australiana. Egresso de uma guerra, ele quer distância do mundo e aquele parece ser o emprego ideal. Ele conhece então a jovem Isabel Graysmark (Alicia Vikander) e os dois se apaixonam, se casam e vão morar na ilha distante onde se localiza o farol. As coisas começam a mudar após Isabel sofrer dois abortos e viram por completo quando um bebê aparece na ilha dentro de um barco à deriva. Seria um presente dos céus? A Luz Entre Oceanos é assumidamente romântico e melodramático. E em tempos cada vez mais cínicos, isso é um aspecto muito positivo. E Cianfrance ainda contou com a química natural que se estabeleceu entre Fassbender e Vikander. Algo essencial nesse tipo de história. Um aviso final: deixe a caixinha de lenços ao alcance das mãos.
A LUZ ENTRE OCEANOS (The Light Between Oceans – Inglaterra/Nova Zelândia/EUA). Direção: Derek Cianfrance. Elenco: Michael Fassbender, Alicia Vikander, Rachel Weisz, Jack Thompson, Bryan Brown, Leon Ford e Thomas Unger. Duração: 133 minutos. Distribuição: Paris Filmes.