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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

A IDADE DA TERRA

Em 21 anos de carreira, Glauber Rocha dirigiu oito curtas e nove longas. Morto pouco tempo depois de ter completado 42 anos de idade, ele dedicou a exata metade de sua vida ao cinema. Criativo por natureza, polêmico por opção, Glauber foi e continua sendo um dos maiores nomes, se não o maior, do Cinema Novo. Este importante movimento surgiu na segunda metade dos anos 1950 e que se estendeu até o início dos anos 1970. A Idade da Terra, realizado em 1980, foi seu último filme. Escrito por ele próprio, esta obra dividiu opiniões quando de seu lançamento. Ao mesmo tempo que foi elogiada pelo cineasta italiano Michelangelo Antonioni, que a chamou de “lição de cinema moderno”, foi massacrado por boa parte da crítica. Aqui, Glauber nos revela os quatro cavaleiros do apocalipse que trazem de volta o Cristo no Brasil. Ou melhor, não apenas um, mas quatro: um Pecador (Jece Valadão); um Negro (Antonio Pitanga); um Dom Sebastião (Tarcísio Meira) e um Lampião (Geraldo Del Rey). A Idade da Terra é propositalmente confuso. Não é um filme fácil e não procura sê-lo em momento algum. Glauber imprime um tom profético-religioso para nos fazer enxergar um país caótico, a exemplo do que já havia feito em Terra em Transe. Sua obra nunca permitiu um meio-termo. Ou se ama ou se detesta um filme de Glauber Rocha. Sempre com muita intensidade. Porém, ninguém sai indiferente. Seja qual for a posição que você tomar, de amor ou ódio, o filme mexerá com você. E isso faz toda a diferença para qualquer obra que almeje ser reconhecida como artística. Em tempo: esta edição especial da Versátil traz o documentário Anabazys, dirigido por Paloma Rocha e Joel Pizzini, que trata do processo de criação de A Idade da Terra e contém material raríssimo.

A IDADE DA TERRA (Brasil 1980). Direção: Glauber Rocha. Elenco: Maurício do Valle, Jece Valadão, Antônio Pitanga, Tarcísio Meira, Geraldo Del Rey, Ana Maria Magalhães, Norma Bengell, Danuza Leão e Paloma Rocha. Duração: 180 minutos. Distribuição: Versátil. 

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Uma resposta

  1. Um presente, na verdade, para se ter em casa e ver e rever constantemente. Amando ou odiando, ninguém esquece de um Glauber… fica conosco por muito tempo. E como o Marden costuma escrever: “E isso faz toda a diferença.”

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