A cineasta Kathryn Bigelow consagrou-se em 2010, ao receber o Oscar de melhor direção por Guerra ao Terror. Ela foi a primeira mulher a receber esse prêmio em mais de 80 anos de existência da estatueta. Isso fez com que fosse possível a realização de seu projeto seguinte, A Hora Mais Escura, que ela dirigiu, outra vez a partir de um roteiro de Mark Boal, com quem havia formado a dupla vitoriosa do filme anterior. Acompanhamos a obstinada luta da agente Maya (Jessica Chastain, em mais um desempenho estupendo), para descobrir o paradeiro de Osama Bin Laden, após os atentados de 11 de Setembro de 2001. A Hora Mais Escura percorre um período de dez anos e revela, em detalhes, todo o trabalho de uma equipe de elite de militares dos Estados Unidos. Bigelow tem um senso de ritmo invejável. Ao longo de pouco mais de duas horas e meia de projeção, ela mantém uma narrativa tensa e isenta de julgamentos morais. Não cabe à diretora, e ela deixa isso bem claro, dizer se a caçada ao terrorista mais procurado do mundo foi correta ou não. A preocupação dela reside na construção das personagens que compõem esse enorme tabuleiro. Em especial, a agente Maya. O filme foi indicado a cinco categorias do Oscar e ganhou em apenas uma: melhor edição de som, empatado com 007 – Operação Skyfall.