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A GRANDE TESTEMUNHA

Em quase 50 anos de carreira, o francês Robert Bresson dirigiu apenas um curta e 13 longas. Mas não se pode julgar um artista pela quantidade de sua obra. No caso de Bresson, o que prevalece é a qualidade e influência de sua filmografia. Jean-Luc Godard escreveu que “ele era o cinema francês”. Conhecido por seus filmes minimalistas que misturam habilmente características do expressionismo alemão, do realismo poético francês, do neorrealismo italiano, da nouvelle vague e até do Dogma 95, do qual foi um dos inspiradores. A Grande Testemunha, que ele escreveu e dirigiu em 1966 resume à perfeição seu estilo único. Temos aqui a trajetória de Balthazar, um burro explorado por diferentes pessoas ao longo de sua existência convivendo igualmente com a bondade e maldade humanas. Em paralelo, acompanhamos também a história de Marie (Anna Wiazemsky). O olhar de Bresson é preciso, econômico e impactante em sua abordagem. A maneira como ele conduz sua narrativa consegue ser ao mesmo tempo poética, singela e extremamente metafórica. Sem querer cair no clichê, mas já caindo nele, A Grande Testemunha é uma pequena joia da sétima arte realizada por um de seus maiores gênios. Em tempo: em 2022, Jerzy Skolimowski, cineasta polonês, dirigiu EO, que tem por base o filme de Bresson.

A GRANDE TESTEMUNHA (Au Hasard Balthazar – França/Suécia 1966). Direção: Robert Bresson. Elenco: Anne Wiazemsky, Walter Green, François Lafarge, Jean-Claude Guilbert, Philippe Asselin, Pierre Klossowski e Nathalie Joyaut. Duração: 95 minutos. Distribuição: Versátil.

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