Dizem que o Brasil é o país do futebol. Pode até ser, porém, em termos de filmes sobre o esporte, não há tantas obras sobre o tema. Diferente dos Estados Unidos, onde exemplos não faltam, seja sobre beisebol ou sobre futebol americano. A Grande Escolha, de Ivan Reitman, se enquadra no segundo grupo. O roteiro de Scott Rothman e Rajiv Joseph se concentra no dia do recrutamento da Liga Nacional de Futebol, ou NFL, na sigla em inglês. Este dia, o “draft day” do título original, é o dia em os times escolhem os jogadores que irão compor suas equipes no campeonato que vai começar. A trama gira em torno de Sonny Weaver (Kevin Costner), diretor geral de um time de Cleveland. O melhor em A Grande Escolha é que não é preciso ser um especialista no assunto para apreciar o filme. Reitman conduz sua narrativa com muita leveza e bom humor e consegue ser didático sem ser enfadonho. Costner usa todo seu carisma a favor de seu papel e nos faz torcer por ele desde a primeira cena em que aparece. O filme ainda reserva boas surpresas com sua saudável subversão de expectativas. No final, o destaque maior vai para a importância do planejamento e seus heróis anônimos. Por melhores que sejam os atletas em campo, sem esta ação precisa nos bastidores, eles não conseguiriam ir muito longe.