O roteirista e diretor sueco Magnus von Horn trabalha com audiovisual desde 2007 e já realizou, até o momento, quatro curtas, uma série de TV e três longas. A Garota da Agulha, de 2024, é o terceiro deles. O roteiro, escrito por ele ao lado de Line Langebek Knudsen, se inspira em uma acontecimento real para inserir uma história de ficção. A ação se passa em Copenhague, capital da Dinamarca, no ano de 1919, pouco depois da Primeira Guerra Mundial. Karoline (Vic Carmen Sonne) é operária em uma fábrica de uniformes. Sua vida é miserável e para piorar ainda mais aquela dura realidade, ela descobre que está grávida e é demitida do emprego. A “agulha” do título não é por acaso. Seja pelo trabalho ou por conta de um ato extremo que a faz conhecer Dagmar (Trine Dyrholm). O que vem depois, incluindo aí o retorno de seu marido e o nascimento da bebê, faz com que Karoline se aproxime de Dagmar, que a acolhe em sua casa/loja e dá sua filha recém-nascida para adoção. A partir daí, ela acredita ter encontrado um pouco de alento. Só que tudo muda drasticamente quando é revelada a verdade sobre as reais ações daquela mulher tão acolhedora. Von Horn não suaviza seu “conto de fadas”. A Garota da Agulha é um filme denso, pesado e completamente desprovido de qualquer alívio ou mesmo um breve suspiro. Por menor que seja. Filmado em preto e branco e com razão de aspecto 4:3 (ou seja, tela quadrada), o que acentua bastante o clima claustrofóbico da narrativa. Em tempo: esta obra foi indicada ao Oscar 2025 na categoria de melhor filme internacional.
A GAROTA DA AGULHA (Pigen Med Nalen – Dinamarca/Polônia/Suécia 2024). Direção: Magnus von Horn. Elenco: Vic Carmen Sonne, Trine Dyrholm, Besir Zeciri, Ava Knox Martin, Joachim Fjelstrup e Ari Alexander. Duração: 122 minutos. Distribuição: MUBI.