Há uma máxima entre roteiristas que diz que todos nós temos pelo menos uma boa história para contar: a nossa própria. No caso de A Era de Ouro, escrito e dirigido por Timothy Scott Bogart, ele optou por não contar sua própria história, mas a de Neil Bogart, seu pai. Trabalhando com audiovisual desde 1994, na maior parte em séries e telefilmes para televisão, ele nos leva aqui aos anos 1970, quando seu pai criou o selo Casablanca Records e descobriu e projetou intérpretes e grupos musicais como Gladys Knight, Donna Summer, Bill Withers, Kiss, Parliament e The Village People. Curiosamente, esse projeto teve o envolvimento anterior de Spike Lee, que quase o dirigiu, mas terminou nas mãos de Scott Bogart. Trata-se, na verdade, de uma ode de amor à visão do pai para o mundo fonográfico. À frente do elenco, Jeremy Jordan encarna um Neil Bogart que nos conduz por sua trajetória quebrando continuamente a quarta parede, ou seja, olhando para o espectador. Apesar de o diretor mostrar alguns excessos do pai ao retratá-lo, é visível sua admiração pelo arrojo empreendedor e corajoso dele. Por fim, A Era de Ouro vale mais por sua boa trilha sonora, que é realmente irretocável. Quanto ao filme, fica no meio-termo ao se parecer mais com uma minissérie condensada do que uma obra cinematográfica.
A ERA DE OURO (Spinning Gold – EUA 2023). Direção: Timothy Scott Bogart. Elenco: Jeremy Jordan, Michelle Monaghan, Jay Pharoah, Lyndsy Fonseca, Dan Fogler, Peyton List, Tayla Parx, Jason Isaacs e James Wolk. Duração: 137 minutos. Distribuição: Paris Filmes.