O cineasta neozelandês Peter Jackson sempre teve no cineasta americano Steven Spielberg uma de suas maiores influências na carreira. Diz a lenda que na noite da entrega do Oscar em 2004, quando O Senhor dos Anéis: O Retorno do Rei, escrito, produzido e dirigido por Jackson, ganhou as 11 estatuetas a que estava concorrendo, incluindo a de melhor direção, que foi entregue a ele por Spielberg, os dois se conheceram pessoalmente e conversaram bastante. Entre os muitos assuntos discutidos, estava a obra do belga Hergé, que Spielberg havia adquirido os direitos para o cinema desde o início dos anos 1980. Os dois decidiram unir forças e trabalhar na realização de uma trilogia inspirada nas aventuras do jovem repórter investigativo Tintim. Com produção de Peter Jackson, direção de Steven Spielberg e utilizando a aprimorada técnica de captura de desempenho desenvolvida pela Weta, empresa de efeitos especiais de Jackson, nascia As Aventuras de Tintim. O roteiro, escrito pelos ingleses Steven Moffat e Edgar Wright, apresenta as personagens e as coloca em uma fantástica viagem por lugares exóticos do mundo. Tintim (Jamie Bell), sempre acompanhado de seu fiel cão Milu, encontra um misterioso mapa e uma série de eventos o leva a conhecer o Capitão Haddock (Andy Sirkis) e, juntos, eles enfrentam Sakharine (Daniel Craig), que planeja se apossar do lendário tesouro do navio Licorne. A primeira coisa que percebemos é que Spielberg recuperou a alegria dos tempos dos primeiros filmes de Indiana Jones. Divertido, dinâmico e tecnicamente impecável, As Aventuras de Tintim é puro escapismo e da melhor qualidade. E, luxo dos luxos, Steven Spielberg tem ninguém menos que Peter Jackson como diretor de segunda unidade.