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ILHA DO MEDO

Depois de ter ganho o Oscar de melhor diretor por Os Infiltrados, em 2008, o cineasta Martin Scorsese poderia ter escolhido qualquer filme para dirigir na sequência. Ele optou por um gênero nunca explorado em sua extensa filmografia: o suspense. Ilha do Medo, baseado no livro de Dennis Lehane, adaptado por Laeta Kalogridis, conta a história do agente federal Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio), que no ano de 1954 chega ao asilo psiquiátrico de criminosos, localizado na ilha Shutter (daí o título original). Acompanhado de seu parceiro Chuck Aule (Mark Ruffalo), ele vai até lá para investigar o desaparecimento de um detento. À medida que a investigação se desenrola, Teddy se depara com segredos chocantes e enfrenta também seus demônios interiores. Scorsese imprime um clima tenso desde a primeira cena. E essa tensão não diminui, pelo contrário, só aumenta à medida que novos fatos são apresentados. Auxiliado pela eficiente montagem de Thelma Schoonmaker, sua colaboradora de longa data, e pela claustrofóbica cenografia de Dante Ferretti, Ilha do Medo vai além do susto fácil. É, acima de tudo, um profundo drama psicológico que discute questões éticas bastante delicadas. Leonardo DiCaprio, em seu quarto trabalho com o diretor, atua no limite necessário para transformar sua personagem em uma trágica figura em busca de redenção e conforto. O elenco de apoio não fica atrás em qualidade e precisão. Scorsese acerta mais uma vez e nos conduz por uma angustiante montanha russa de emoções contraditórias. Preste atenção nos jogos de luz que o fotógrafo Robert Richardson “prega” junto com o diretor ao longo do filme.
ILHA DO MEDO (Shutter Island – EUA 2010). Direção: Martin Scorsese. Elenco: Leonardo DiCaprio, Mark Ruffalo, Michelle Williams, Ben Kingsley, Max Von Sydow, Emily Mortimer, Patricia Clarkson, Ted Levine, Jackie Earle Haley, John Carroll Lynch e Elias Koteas. Duração: 138 minutos. Distribuição: Paramount.

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Respostas de 4

  1. Adorei o filme. Após assistir, sai do cinema e observei o rosto de vários espectadores com a expressão de “não entendi este filme”. Será que só eu tive essa impressão?

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