O Rei Leão, em muitos aspectos, é pioneiro. 32º desenho dos estúdios Disney, é o primeiro criado a partir de uma história original e tendo apenas animais como personagens. Bambi também tinha só animais, mas possuía ameaçadores caçadores humanos. Outra característica pioneira deste belíssimo desenho foi seu lançamento em escala mundial. A trama se desenrola em uma selva africana paradisíaca e perfeitamente harmônica. O rei Mufasa governa seu reino com firmeza e generosidade. Os outros animais, súditos fiéis do grande monarca, aguardam o nascimento do príncipe herdeiro. Nasce Simba e o irmão do rei, o invejoso Scar (cicatriz, em inglês), arma um plano diabólico para tomar o trono. O espectador mais atento encontrará referências shakespeareanas. Elas não são gratuitas. O Rei Leão inspira-se basicamente em Hamlet (o trono usurpado, irmão matando irmão, o fantasma do rei morto aparecendo para o filho) e Rei Lear (a luta pelo poder dentro de uma família). Sem desmerecer a qualidade da dublagem brasileira, procure assistir ao filme em sua versão legendada. A voz de Mufasa é de James Earl Jones (a voz de Darth Vader); Scar é dublado por Jeremy Irons (com seu inconfundível sotaque britânico); Simba tem a voz de Matthew Broderick; Zazu, o conselheiro do rei, é dublado por Rowan Atkison (o Mr. Bean) e uma das hienas tem a voz de Whoopi Goldberg. O desenho consumiu três anos de trabalho e uma equipe de centenas de animadores dirigidos por Roger Allers e Rob Minkoff. As canções foram compostas por Tim Rice e Elton John e uma delas, Can You Feel the Love Tonight, ganhou o Oscar de melhor canção. A trilha sonora de Hans Zimmer também foi premiada com um Oscar. O Rei Leão comprova mais uma vez a supremacia Disney em desenhos animados. Cenários fantásticos, música cativante (preste atenção na deliciosa Hakuna Matata), personagens carregados de humanidade, uma trama bem amarrada, cores deslumbrantes e a velha e sempre eficiente magia que encanta o mundo desde 1937, quando o estúdio lançou Branca de Neve. Simplesmente obrigatório.