Nos últimos 20 anos, o cineasta australiano Peter Weir vem dirigindo cada vez menos. Foram apenas quatro filmes realizados neste período, entre eles, este Mestre dos Mares: O Lado Mais Distante do Mundo, de 2003. Weir não é um diretor afeito a modismos. Sua carreira comprova isso. Quando foi anunciado que ele adaptaria o primeiro de uma série de livros do escritor inglês Patrick O’Brian, especialista em romances históricos sobre aventuras marítimas no século XIX, a expectativa era que teríamos um grande filme de ação. Mestre dos Mares é um grande filme. No entanto, o foco maior está nas personagens, principalmente no Capitão Jack Aubrey (Russell Crowe), comandante do navio HMS Surprise e seu médico de bordo, o doutor Stephen Maturin (Paul Bettany). A história acontece durante as guerras napoleônicas. O navio de Aubrey, da Marinha Britânica, é atacado por uma embarcação inimiga, o francês Acheron, próximo à costa brasileira. Seriamente danificado e com muitos feridos, tem início então uma longa e incansável cruzada pelos oceanos empreendida pelo Surprise para interceptar e capturar o navio que o atacou. Weir é um diretor de sutilezas. Existem batalhas e perseguições em Mestre dos Mares, porém, não é isso o que importa. Não é isso que move a ação. No centro de tudo estão homens que passam no mar muito mais tempo do que em terra firme. O filme acompanha em detalhes a rotina no navio e nos mostra as motivações dos marinheiros, do médico e de seu comandante. É com seus dramas que nos identificamos e é por eles que torcemos, da primeira à última cena.
MESTRE DOS MARES: O LADO MAIS DISTANTE DO MUNDO (Master and Commander: The Far Side of the World – EUA 2003). Direção: Peter Weir. Elenco: Russell Crowe, Paul Bettany, Billy Boyd, James D’Arcy, Lee Ingleby, George Innes, Mark Lewis Jones, Chris Larkin, Richard McCabe, Robert Pugh, David Threlfall e Max Pirkis. Duração: 138 minutos. Distribuição: Universal.
Respostas de 4
Marden tem razão, Peter Weir tem feito menos filmes. Entretanto, segue como Mestre… e cada um deles: obrigatório! Neste Mestre dos Mares até as cordas do navio foram feitas exatamente como se faziam na época. Aliás, todo o navio é um deleite histório.
E Marden, tens notícias se haverão (ou já existem) outras adaptações do escritor inglês Patrick O’Brian? Este filme é excelente!
Gosto bastante de velejar, então esse filme já seria bom apenas pelos navios… mas tem uma boa história de perseguição…
comprei e li o livro e fiquei assustado tamanhas as diferenças, só depois fui saber que na verdade o filme foi feito pegando pedaços dos vários livros da série (ao todo são 20)…
Algumas curiosidades do livro (ALERTA DE SPOILER): o navio que eles perseguem não é o Acheron, eles não conseguem alçançar o navio e quando o encontram ele já está naufragado e o climax do livro ocorre nas areias da praia entre os naufragos e o Aubrey com um pequeno grupo de marinheiros…
mais uma? no filme eles enfrentam os FRANCESES enquanto no livro eles enfrentam os AMERICANOS.
no livro existe um intenso triangulo amoroso que acaba em assassinato.
o texto é carregado com a rotina e o jargão de marinharia, quem não está acostumado pode acabar se perdendo no encapelar, nas enxácias, esquifes, estais, verdugos, alhetas, amuras, barlaventos, etc…
de qualquer modo é um bom livro e que serviu de base para um ótimo filme, e espero que sejam feitos mais aventuras, afinal de contas não podemos ficar dependendo apenas do JACK SPARROW para navegar.
😉
JOPZ
Walber, existe o interesse por parte do Peter Weir e do Russell Crowe, porém, nada concreto até o momento.