Quando se fala em cineastas neozelandeses os nomes que costumam vir à mente são os de Peter Jackson e Jane Campion. No entanto, antes desses dois, Vincent Ward colocou a Nova Zelândia no mapa cinematográfico mundial. E justamente com seu longa de estreia, O Intruso, de 1984, que foi o primeiro filme kiwi selecionado para exibição no Festival de Cannes. O roteiro, escrito por Ward ao lado de Graeme Tetley e Fiona Lindsay, nos conta uma história que se passa em uma fazenda isolada no interior do país. Lá vivem a jovem Toss (Fiona Kay) e sua mãe Elizabeth (Penelope Stewart). Certo dia aparece um estranho, Ethan (Frank Whitten), que altera a rotina de mãe e filha, seduzindo uma e despertando a sexualidade da outra. O Intruso chama inicialmente nossa atenção por conta do local onde a ação se desenrola. Depois, seu clima intimista nos envolve e o ritmo, que pode até parecer lento (mas não é), se encarrega de nos conduzir em uma narrativa quase hipnótica realçada pela bela fotografia e pelo desempenho de suas atrizes principais.  

O INTRUSO (Vigil – Nova Zelândia 1984). Direção: Vincent Ward. Elenco: Fiona Kay, Penelope Stewart, Frank Whitten, Bill Kerr e Gordon Shields. Duração: 90 minutos. Distribuição: Arrow Video.