Em meados dos anos 1990, o diretor finlandês radicado nos Estados Unidos Renny Harlin vinha de dois grandes sucessos de bilheteria: Duro de Matar 2 e Risco Total. Nesse período ele estava casado com a atriz Geena Davis, que havia ganhado um Oscar e experimentava, da mesma forma, um bom momento. O casal conseguiu levantar um financiamento gigante para os padrões da época, perto de 100 milhões de dólares, e realizou A Ilha da Garganta Cortada, um filme de piratas, subgênero muito popular no passado que tentaram ressuscitar a partir do roteiro escrito pela dupla Robert King e Marc Norman. A ação acontece na segunda metade do século 17 e gira em torno de uma caça ao tesouro onde o mapa em questão está dividido em três partes. Uma das partes está em poder de Morgan Adams (Davis), uma aventureira com a cabeça a prêmio que junto com sua tripulação inicia a aventura no navio de seu pai. Como o mapa foi escrito em latim, Morgan compra o prisioneiro William Shaw (Matthew Modine) para traduzi-lo. O problema é que muitos outros estão em busca do tesouro e nem todos são confiáveis. Se você espera ação, bem, você encontrará isso em A Ilha da Garganta Cortada. Porém, os excessos da produção, que gastou muito mais do que o necessário, ficam evidentes e mais atrapalham do que contribuem para a narrativa. No final, temos um filme com bom potencial não atingido. E isso se refletiu na bilheteria que rendeu apenas um décimo de seu custo. Hollywood teve que esperar mais oito anos para ver um filme de pirata fazer sucesso outra vez. No caso, Piratas do Cabine: A Maldição do Pérola Negra, dirigido em 2003 por Gore Verbinski e estrelado por Johnny Depp no icônico papel do capitão Jack Sparrow.

A ILHA DA GARGANTA CORTADA (Cutthroat Island – EUA 1995). Direção: Renny Harlin. Elenco: Geena Davis, Matthew Modine, Frank Langella, Maury Chaykin, Patrick Malahide, Stan Shaw, Rex Linn e Paul Dillon. Duração: 124 minutos. Distribuição: MGM/Carolco/Studio Canal.