Após o sucesso mundial de O Anjo Azul, dirigido na Alemanha, em 1930, por Josef von Sternberg, sua estrela principal, Marlene Dietrich, foi imediatamente convidada para trabalhar em Hollywood. O Jardim de Allah, realizado em 1936 por Richard Boleslawski, foi o nono filme dela feito nos Estados Unidos. O roteiro de W.P. Lipscomb e Lynn Riggs é uma adaptação do romance homônimo escrito por Robert Hichens e nos apresenta Domini Enfilden (Dietrich). Ela passou boa parte de sua vida adulta isolada do mundo cuidando do pai doente. Após a morte dele, Domini decide buscar motivação para uma nova vida e essa busca a leva até o deserto do Saara. Ela conhece Boris Androvsky (Charles Boyer), por quem se apaixona. No entanto, ele esconde um segredo do passado, segredo esse comprometido pelo encontro em um oásis com o misterioso capitão De Trevignac (Alan Marshal). O Jardim de Allah trata de buscas espirituais. Fica evidente desde o início que tanto Domini quanto Boris se encontrarão e seguirão juntos nessa jornada comum. Mas a narrativa de Boleslawski “escorrega” em muitos momentos e não consegue desenvolver a história de maneira coesa e objetiva. No final, o que fica de positivo é a curta duração e principalmente a deslumbrante fotografia em cores de W. Howard Greene e Harold Rosson, que fez uso da nova tecnologia, o Technicolor, e foi premiada com um Oscar honorário.

O JARDIM DE ALLAH (The Garden of Allah – EUA 1936). Direção: Richard Boleslawski. Elenco: Marlene Dietrich, Charles Boyer, Tilly Losch, Basil Rathbone, C. Aubrey Smith, Joseph Schildkraut, John Carradine e Alan Marshal. Duração: 79 minutos. Distribuição: United Artists.