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ZULU

A vida do cineasta americano Cy Endfield daria um filme. E dos bons. Nos anos 1930 ele foi aprovado na Universidade de Yale e terminou se envolvendo com o teatro progressivo da época e participou de uma peça russa. Foi a partir daí que ele começou a trabalhar como diretor e coreógrafo. Endfield também fazia mágica com cartas de baralho e era tão bom nisso que impressionou até Orson Welles, que o convidou para acompanhar a produção de Soberba. Logo após ele realizou seu primeiro filme, um documentário de curta-metragem que falava de corporações gananciosas e dos perigos do capitalismo. Mais tarde, isso o colocou na lista negra do macarthismo, o que provocou a mudança dele para a Inglaterra. Dos pouco mais de 30 filmes que ele dirigiu, Zulu, feito em 1964, é o mais conhecido e pode ser considerada sua obra-prima. O roteiro é do próprio Endfield, junto com John Prebble (Prebble escreveu um artigo sobre o confronto entre o exército britânico e os guerreiros das nações Zulus, no sul da África, em 1879). Visualmente impactante, Zulu é um filme que gira em torno de uma estratégia de combate. Os ingleses, em número bem menor, lutam para defender a região de Rorkers Drift, comandados pelos tenentes John Chard (Stanley Baker) e Gonville Bromhead (Michael Caine, em uma de suas primeiras aparições no cinema). Endfield conduz sua narrativa com elegância, rigor, beleza e tensão constantes. Fiel às suas raízes de esquerda, ele ainda traz como subtexto os malefícios da ocupação europeia no continente africano. E isso não é pouco.

ZULU (Zulu – Inglaterra 1964). Direção: Cy Endfield. Elenco: Stanley Baker, Jack Hawkins, Ulla Jacobsson, Michael Caine, Nigel Green, Glynn Edwards e Neil McCarthy. Duração: 138 minutos. Distribuição: Vinyx. 

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