Primeiro veio o livro Charlie and the Chocolate Factory, que no Brasil recebeu o título de A Fantástica Fábrica de Chocolate, escrito pelo britânico Roald Dahl e publicado na Inglaterra, em 1964. Sete anos depois ganhamos a primeira versão para cinema, dirigida por Mel Stuart e com Gene Wilder no papel de Willy Wonka. E em 2005 tivemos o olhar de Tim Burton para essa mesma história com Johnny Depp à frente do elenco. Nesse segundo filme já era possível vislumbrar um pouco do passado do criador da famosa fábrica. Agora com Wonka, dirigido em 2023 por Paul King, temos a origem de tudo. O roteiro de Simon Farnaby e do próprio King nos apresenta o jovem Willy Wonka, vivido por Timothée Chalamet. Aqui o vemos retornando de uma longa viagem onde teria aprendido todos os segredos para criar os melhores chocolates do mundo. Seu objetivo é montar uma loja, no entanto, um cartel local tudo faz para impedir que ele realize esse intento. É sempre perigoso, um verdadeiro campo minado, contar uma história prévia de personagens e eventos já conhecidos. Ainda mais no caso do excêntrico Willy Wonka, que teve duas interpretações icônicas com Wilder e Depp. Mas o diretor e roteirista Paul King, que já havia provado seu talento para esse tipo de trama com os dois primeiros filmes do ursinho Paddington, acerta o tom em Wonka ao seguir mais o espírito da obra de Stuart do que a de Burton. Optando inclusive por números musicais que funcionam muito bem. E Chalamet esbanja carisma no papel-título, o que ajuda bastante também. Sua interação com o elenco de apoio é orgânica e King ainda se dá ao luxo de estabelecer sutis conexões com o filme de 1971. Em resumo: uma grata e divertida surpresa.

WONKA (EUA 2023). Direção: Paul King. Elenco: Timothée Chalamet, Olivia Colman, Hugh Grant, Paterson Joseph, Sally Hawkins, Rowan Atkinson, Keegan-Michael Key, Calah Lane, Jim Carter, Natasha Rothwell, Matthew Baynton e Matt Lucas. Duração: 112 minutos. Distribuição: Warner.