O cineasta italiano Marco Bellocchio gosta de “cutucar a onça com vara curta”. Não é a primeira vez e seguramente não será a última que trata de dois de seus assuntos prediletos: igreja e governo. Em Vincere, que em português significa “vencer”, ele lida com os temas de maneira brilhante. A partir de um segredo da vida do ditador Benito Mussolini (Filippo Timi), ele expõe sua visão de mundo e seu desprezo em relação a estas duas instituições. O filme gira em torno de uma mulher, Ida Dalser (Giovanna Mezzogiorno). Ela teria sido a primeira esposa do futuro Duce, com quem teve um filho, Benito Albino. Ao nascer, a criança foi reconhecida pelo pai, para logo depois ser renegada por ele. Bellocchio, que além de dirigir escreveu o roteiro em parceria com Daniela Ceselli, acompanha o carismático líder quando ele era um fervoroso socialista que sonhava derrubar a Igreja e o rei. Ida aparece em sua vida, fica fascinada por Mussolini, aposta em seus ideais. Porém, a vida reserva surpresas nada agradáveis para Ida. O mais interessante neste filme é que Bellocchio consegue traçar um forte paralelo entre uma figura histórica, de um passado distante há mais de 60 anos, com a Itália do presente. E o faz de maneira genial, sem abrir mão de uma narrativa inteligente e sofisticada, mas, nem por isso, hermética.
VINCERE (Vincere – Itália/França 2009). Direção: Marco Bellocchio. Elenco: Filippo Timi, Giovanna Mezzogiorno, Fausto Russo Alesi, Michela Cescon, Pier Giorgio Bellocchio e Corrado Invernizzi. Duração: 128 minutos. Distribuição: Imovision.
Uma resposta
Amazing film. Its operatic and frenetic style is enhanced by Bellocchio’s dynamic direction, a vibrant orchestral score, fast-paced editing, futurist and expressionist imagery, stunning cinematography and forceful acting. Filippo Timi’s tour-de-force performance is Oscar-worthy.