O roteirista mexicano Guillermo Arriaga realizou três filmes, Amores Brutos, 21 Gramas e Babel, com seu conterrâneo Alejandro González Iñárritu. A parceria dos dois parecia perfeita e prometia render bons frutos. Após o rompimento, percebeu-se que quem saiu perdendo com a separação foi Iñárritu. Vidas Que Se Cruzam marca a estreia de Arriaga na direção de um longa-metragem. O roteiro, também escrito por ele, mantém-se fiel ao seu estilo pessoal de elaborar uma estrutura narrativa intricada e não linear, que exige do espectador uma atenção maior do que o normal. Arriaga trabalha aqui com os quatro elementos da natureza: a Água, o Ar, a Terra e o Fogo. Diferentes períodos temporais se misturam e mostram a vida sem perspectiva de Sylvia (Charlize Theron) e de outras quatro personagens em busca de redenção. O roteirista-diretor revela domínio completo sobre a história que está narrando e extrai desempenhos fabulosos de um elenco multinacional. Vidas Que Se Cruzam começa apresentando uma série de perguntas que vão sendo respondidas ao longo do filme. Uma viagem cheia de perigos, desvios e surpresas, por uma estrada acidentada e com curvas sinuosas, mas que, ao final do percurso se mostra transformadora.