Terceiro longa do roteirista e diretor portenho Benjamín Naishtat, Vermelho Sol é marcado pelo encontro de dois grandes atores: o argentino Darío Grandinetti e o chileno Alfredo Castro. A ação se passa em meados dos anos 1970, pouco antes do golpe militar na Argentina. Tudo começa com uma discussão dentro de um restaurante entre o advogado Claudio Morán (Grandinetti) e um estranho (Diego Cremonesi). Logo depois, Claudio e sua esposa Susana (Andrea Frigerio) são ameaçados pelo estranho e o confronto toma um rumo inesperado. O tempo passa e o advogado é procurado pelo detetive Sinclair (Castro), que traz à tona eventos passados que Claudio julgava esquecidos. É preciso destacar algo marcante no cinema argentino feito nas últimas décadas. Eles conseguem lidar com questões de sua história política recente misturando isso com a história que está sendo contada, extraindo daí uma potente carga dramática. É assim em Vermelho Sol. E o contraste entre o silêncio revelador de Claudio e a verborragia discreta de Sinclair, personificados pelos talentos de Darío Grandinetti e Alfredo Castro fazem toda a diferença e nos deixa em estado de tensão contínua.
VERMELHO SOL (Rojo – Argentina 2018). Direção: Benjamín Naishtat. Elenco: Darío Grandinetti, Andrea Frigerio, Alfredo Castro, Diego Cremonesi, Susana Pampin, Mara Bestelli, Rafael Federman e Laura Grandinetti. Duração: 109 minutos. Distribuição: Vitrine Filmes/Apple TV.