Existe uma máxima que diz que romances de verão duram apenas o verão. Se você morar em Curitiba seria algo como “romance de verão não sobe a serra”. O cineasta francês François Ozon nos traz em Verão de 85 a sua versão de um romance de verão. O roteiro, escrito pelo próprio diretor, é vagamente adaptado do livro Dance on My Grave, de Aidan Chambers. Acompanhamos aqui uma história romântica que se passa na região da costa da Normandia, no norte da França, na estação e no ano constantes do título. Em clima de suspense, Alexis (Félix Lefebvre) relembra quando tinha 16 anos, se aventurou no mar, naufragou e foi resgatado por David (Benjamin Voisin), de 18 anos. A partir daí, surge uma forte atração entre os dois e, em flashback, temos a lembrança daquele período através do olhar de Alexis. Trata-se de um típico “ritual de passagem” ou coming of age, como se diz em inglês. E o relacionamento de Alexis e David apresenta os esperados altos e baixos que qualquer casal enfrenta. Mas a maneira como Ozon conduz sua narrativa, na maior parte do tempo de forma doce e delicada, faz toda a diferença. Em tempo: a versão em bluray lançada pela Versátil traz entre os extras o curta Um Vestido de Verão, feito pelo diretor em 1996.

VERÃO DE 85 (Été 85 – França 2020). Direção: François Ozon. Elenco: Félix Lefebvre, Benjamin Voisin, Philippine Velge, Valeria Bruniâ Tedeschi, Melvil Poupaud, Isabelle Nanty, Laurent Fernandez, Aurore Broutin e Bruno Lochet. Duração: 101 minutos. Distribuição: Califórnia Filmes/Versátil.