No final dos anos 1980, o clássico romance As Ligações Perigosas, escrito pelo francês Choderlos de Laclos e publicado em 1782, ganhou duas versões para o cinema. A primeira, Ligações Perigosas, em 1988, dirigida por Stephen Frears. E a segunda, este Valmont: Uma História de Seduções, de 1989, sob a direção de Milos Forman. O roteiro do próprio diretor, junto com Jean-Claude Carrière, nos leva à França da segunda metade do século XVIII, onde somos apresentados ao casal de amantes Valmont (Colin Firth) e Merteuil (Annette Bening). Ambos são aristocratas e ele é provocado por ela que propõe um desafio: seduzir e corromper Madame de Tourvel (Meg Tilly), uma mulher casada e honrada. O que Valmont não esperava era se apaixonar perdidamente por sua “presa”. Quando o filme de Forman foi lançado, quase um ano depois da versão de Frears, as comparações foram inevitáveis. Para complicar ainda mais a situação, Ligações Perigosas se revelou sublime, além de receber elogios da crítica e prêmios nos festivais. Isso se refletiu na boa bilheteria. O que não aconteceu com Valmont, que apesar de ter muitas qualidades, foi completamente desprezado. Uma pena. Temos, na verdade, duas visões de uma mesma história. O que eu considero uma oportunidade especialmente peculiar e vantajosa. Ainda mais quando essas visões são apresentadas por dois talentosos cineastas.
VALMONT: UMA HISTÓRIA DE SEDUÇÕES (Valmont – França/Inglaterra 1989). Direção: Milos Forman. Elenco: Colin Firth, Annette Bening, Meg Tilly, Fairuza Balk, Siân Phillips, Jeffrey Jones, Henry Thomas e Fabia Drake. Duração: 137 minutos. Distribuição: Kino Lorber.