Quando Clint Eastwood saiu do Oscar 1992 consagrado com o sucesso de Os Imperdoáveis, criou-se uma expectativa sobre seu próximo trabalho. A espera não foi muito grande. Já no ano seguinte ele nos presenteia com Um Mundo Perfeito. Com roteiro de John Lee Hancock, o filme conta a história de Butch Haynes (Kevin Costner), um prisioneiro em fuga por estradas secundárias do Texas. Ele leva junto Philip Perry (T.J. Lowther), um menino de sete anos, como refém. O xerife Red Garnett (Clint Eastwood), auxiliado pela criminalista Sally Gerber (Laura Dern), está em seu encalço. As coisas se complicam quando Philip vê em Butch a figura paterna que ele nunca teve. Isso fica claro em uma cena rápida, lá pelo meio do filme, quando Butch para o carro para descansar um pouco e Philip imita os gestos de seu sequestrador. Eastwood é um diretor adepto da narrativa clássica e em Um Mundo Perfeito ele revela um grau de maturidade e sutileza que somente os grandes cineastas são capazes. A relação que se estabelece entre Butch e Philip é complexa e delicada. Mexe com diversos fatores, entre eles, uma busca desesperada por redenção. E o melhor é que Eastwood não entrega nada facilmente. E isso faz toda a diferença.