O escritor baiano Jorge Amado publicou o romance em 1977. 12 anos depois, a Rede Globo transformou o livro em novela de sucesso escrita por Aguinaldo Silva e estrelada por Betty Faria no papel-título. Outros sete anos se passaram e foi a vez de Cacá Diegues levar às telas essa história no filme Tieta do Agreste, agora trazendo Sônia Braga à frente do elenco. Tudo começa com o próprio criador da personagem lendo a obra em uma pracinha do interior. Somos apresentados à jovem Tieta, nesse período vivida pela atriz Patrícia França. Ela é expulsa pelo pai, Zé Esteves (Chico Anysio) e mais de 20 anos depois retorna à pequena Santana do Agreste para reencontrar seu pai e sua irmã Perpétua (Marília Pera). Tieta vem acompanhada de Leonora (Cláudia Abreu) e se envolve com Cardo (Heitor Martinez), seu sobrinho. O que podemos esperar então de um filme com Sônia Braga, dirigido por Cacá Diegues e com roteiro escrito pelo próprio diretor junto com João Ubaldo Ribeiro e Antonio Calmon? O melhor, certo? Bem, algo não funcionou direito aqui. Não farei nem uma comparação com a novela, já que ela teve muitos capítulos para desenvolver a trama e suas subtramas. Mas Tieta do Agreste deixa a sensação (pelo menos para mim), que faltou um pouco mais de cuidado com o roteiro e com a escalação do elenco de apoio. Sônia Braga e Marília Pêra mereciam. Assim como o material que deu origem ao filme. Houve um capricho especial com os figurinos, os cenários e a trilha sonora, no entanto, poderiam ter investido mais naquilo que realmente faz a diferença: uma história bem contada. Em resumo: muita cobertura para pouco recheio.
TIETA DO AGRESTE (Brasil 1996). Direção: Cacá Diegues. Elenco: Sônia Braga, Marília Pêra, Cláudia Abreu, Chico Anysio, Zezé Motta, Jece Valadão, Leon Góes, Patrícia França, André Valli, Daniel Filho e Heitor Martinez. Duração: 115 minutos. Distribuição: Columbia.