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TEMPO

Raramente o cineasta americano de origem indiana M. Night Shyamalan dirigiu algum filme a partir de uma história que não fosse originalmente sua. Tempo, de 2021, é uma dessas exceções. O roteiro, do próprio diretor, é uma adaptação da história-em-quadrinhos francesa Castelo de Areia, criada por Pierre-Oscar Lévy e Frederik Peeters, lançada em 2010. Acompanhamos aqui um grupo diverso de pessoas que se hospeda em um luxuoso hotel em uma ilha tropical. Os hóspedes ficam sabendo de uma bela praia deserta e decidem ir até lá. Para surpresa deles, e nossa também, o tempo é acelerado naquele lugar e todos começam a envelhecer rapidamente. Shyamalan sabe construir uma cena e criar o clima certo para aumentar a tensão do espectador. Tempo é um bom exemplo dessa habilidade do diretor. Apesar da previsibilidade de algumas delas. Mas isso, em hipótese alguma, diminui seu impacto. Muito pode ser especulado a respeito do filme. Seja como uma analogia à pandemia da Covid-19 ou um estudo de nossa existência no planeta no sentido em que queremos tudo para ontem. Mas Tempo é antes de tudo uma obra que mistura suspense com algumas pitadas de terror. Se há um problema na construção da narrativa, ele se resume, pelo menos para mim, no fator “explicação final” e em certas situações que soaram um pouquinho forçadas. Isso à parte, Tempo cumpre seu papel de nos deixar intrigados com o que acontece naquela praia e rende, sem dúvida alguma, boas conversas após os créditos finais.

TEMPO (Old – EUA 2021). Direção: M. Night Shyamalan. Elenco: Gael García Bernal, Vicky Krieps, Rufus Sewell, Alex Wolff, Thomasin McKenzie, Abbey Lee, Nikki Amuka-Bird, Ken Leung, Eliza Scanlen, Aaron Pierre, Embeth Davidtz, Emun Elliott, Kathleen Chalfant e Francesca Eastwood. Duração: 108 minutos. Distribuição: Universal.

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