Entre 1943 e 1965 o cineasta japonês Akira Kurosawa dirigiu 23 filmes. Uma média de um filme por ano. A partir daí, ficou cada vez mais difícil conseguir levantar recursos em seu próprio país para produzir suas obras. Entre 1965 e 1993, ou seja, ao longo de outros 23 anos, ele realizou apenas sete filmes. A média ficou reduzida a um filme a cada três anos. Se aqui no Ocidente Kurosawa é respeitado como um dos mais originais diretores orientais. No Japão ele era considerado “ocidental demais”. Inspirador de grandes cineastas americanos, Francis Ford Coppola e George Lucas já haviam produzido filmes seus. Agora, com Sonhos, foi a vez de Steven Spielberg ajudar o mestre. Originalmente, seriam onze pequenos curtas que fariam parte do projeto. No entanto, a tecnologia da época permitiu que apenas oito fossem produzidos. Oito sonhos diferentes, mas que criam conexões entre si e criam assim um belo mosaico. Muitos dos temas recorrentes da obra deste importante diretor se fazem presentes aqui. Seja mostrando a beleza da natureza ou os horrores da destruição. Um dos capítulos é dedicado ao pintor holandês Vincent Van Gogh, vivido no filme pelo cineasta Martin Scorsese. Sonhos, escrito pelo próprio diretor, foi sua última grande produção. Depois ele veio a dirigir outros dois filmes menores: Rapsódia em Agosto, de 1991, e Madadayo, de 1993.
SONHOS (Dreams – EUA/Japão 1990). Direção: Akira Kurosawa. Elenco: Akira Terao, Mitsuko Baisho, Toshie Negishi, Mieko Harada, Chishu Ryu e Martin Scorsese. Duração: 119 minutos. Distribuição: Warner.
Uma resposta
Para ver e rever e, se possível, sonhar com ele.