A tarefa não seria fácil. Afinal, uma cinebiografia de Sílvio Santos, o nome mais importante da história da televisão brasileira, demandaria certos cuidados. Temos então este Sílvio, dirigido por Marcelo Antunez, a partir de um roteiro de Newton Cannito e Anderson Almeida. A opção recaiu em um recorte bem específico: as sete horas em que o apresentador/empresário ficou sob a mira do sequestrador Fernando (Johnnas Oliva), ocorrido em agosto de 2001. Paralelo a isso vemos momentos importantes da trajetória profissional do retratado. Dito isso, é visível os muitos problemas do projeto. A começar pela escolha de Rodrigo Faro para viver o papel-título, que apesar de interpretar uma figura tão conhecida, buscou fugir da imagem estereotipada com o característico sorriso na cara e se mostrar de maneira mais contida e sóbria. Mas falta densidade dramática. Sílvio Santos estava com 70 anos no período destacado e a maquiagem simplesmente não convence. Além disso, a estrutura narrativa é sofrível. Parece mais um programa de TV do que de cinema, inclusive com “paradas” para a entrada dos comerciais. Há também um discrepância na escalação do elenco. Especialmente em relação aos atores que interpretam Sílvio em diferentes momentos. Em suma: Senor Abravanel merecia mais.
SÍLVIO (Brasil 2024). Direção: Marcelo Antunez. Elenco: Rodrigo Faro, Johnnas Oliva, Polliana Aleixo, Paulo Gorgulho, Fernanda Viacava, Thamiris Mandú e Luciano Bortoluzzi. Duração: 112 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.