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SILÊNCIO

O romance Silêncio, escrito em 1966 pelo japonês Shusaku Endo, estava nos planos do diretor americano Martin Scorsese há bastante tempo. Mesmo após a adaptação cinematográfica feita em 1971 por Masahiro Shinoda. O cineasta fecharia assim uma espécie de “trilogia religiosa”, iniciada em 1988 com A Última Tentação de Cristo, e seguida em 1997 com Kundun. O roteiro, escrito pelo próprio Scorsese junto com Jay Cocks, nos apresenta dois padres jesuítas que partem para o Japão do século XVII, em busca de um padre desaparecido.  Rodrigues (Andrew Garfield) e Garupe (Adam Driver) esperam encontrar seu mentor, o padre Ferreira (Liam Neeson). O problema é que o Japão da época estava fechado para os demais países. E pior, o Catolicismo era proibido. Isso tornou a jornada de Rodrigues e Garupe um verdadeiro martírio, carregado de muita dor e violência, tanto física quanto espiritual. Um sofrimento tão grande que levanta a questão que dá nome ao filme: Será que Deus ouve mesmo nossas preces? Scorsese teve dificuldades em levantar os recursos para fazer esta obra. Isso, seguramente, terminou interferindo no produto final. Silêncio é um trabalho irregular do cineasta. Pesado e arrastado em muitos momentos, ao final termina por desfiar, com o perdão do trocadilho, um rosário sem fim de lamentações. Talvez a obsessão de Scorsese em fazer este filme seja igual a do padre Rodrigues em levar sua fé aos japoneses.

SILÊNCIO (Silence – EUA/Taiwan/México 2016). Direção: Martin Scorsese. Elenco: Andrew Garfield, Adam Driver, Liam Neeson, Tadanobu Asano, Ciarán Hinds, Issei Ogata, Shin’ya Tsukamoto e Yoshi Oida. Duração: 161 minutos. Distribuição: Imagem Filmes.

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