A dupla de roteiristas/atores/diretores formada por Benoit Delépine e Gustave Kervern trabalha junto desde 2004. Eles adoram road movies, conhecidos também como filmes de estrada. Em Saint Amour: Na Rota do Vinho os dois nos conduzem em uma viagem pela região vinícola da França. Tudo começa quando Jean (Gérard Depardieu), aproveitando um tempo livre, decide chamar seu filho Bruno (Benoit Poelvoorde), para uma turnê. A relação dos dois não é das melhores. Jean contrata Mike (Vincent Lacoste), um taxista, para levá-los nessa, digamos assim, expedição. É comum “lavar roupa suja” quando se pega a estrada. Isso é quase uma regra sagrada desse subgênero. Não é diferente aqui. A viagem rende muitas conversas. Algumas boas, outras nem tanto. E, claro, revelações são feitas, além de algumas desventuras amorosas. O filme é narrado, propositadamente ou não, de maneira caótica. Isso pode até causar estranheza e deixar a sensação de desordem narrativa. No entanto, funciona na maioria das situações apresentadas. Até por conta das figuras que estão em cena. O resultado final estará diretamente ligado ao ânimo do espectador pela história que está sendo contada. Claro que esse tipo de postura costuma valer para quase todas as histórias. Mas, em Saint Amour, é preciso um esforço bem acima de qualquer expectativa.
SAINT AMOUR: NA ROTA DO VINHO (Saint Amour – França/Bélgica 2016). Direção: Benoit Delépine e Gustave Kervern. Elenco: Gérard Depardieu, Benoit Poelvoorde, Vincent Lacoste, Céline Sallette, Gustave Kervern e Chiara Mastroianni. Duração: 102 minutos. Distribuição: Imovision.