A frase no cartaz original de Rede de Intrigas já alertava: “a televisão nunca mais será a mesma”. O diretor Sidney Lumet vinha de dois grandes sucessos de público e crítica, Serpico e Um Dia de Cão. Fiel ao seu estilo direto e contundente, ele aqui conta a história de um veterano âncora de telejornal, Howard Beale (Peter Finch), que por conta da baixa audiência, é demitido pela direção da emissora. Ao receber a notícia, o jornalista tem um colapso nervoso diante das câmaras e isso, ironicamente, faz disparar a audiência do programa. Beale é readmitido e transformado no “profeta louco das ondas de TV”. As coisas melhoram até a audiência cair novamente, o que faz com que Beale tome uma atitude extrema. O roteiro, escrito por Paddy Chayefsky e premiado com o Oscar, não poupa ninguém e ainda hoje permanece como uma das mais fortes e sarcásticas denúncias contra a maneira que muitas emissoras utilizam em seus telejornais e programas. Lumet não poderia ter tido um elenco melhor diante de suas câmaras. Não por acaso, três deles ganharam o Oscar de atuação: Peter Finch, que morreu pouco depois das filmagens, como melhor ator (primeiro e único até agora, Oscar póstumo da história); Faye Dunaway, o de melhor atriz; e Beatrice Straight, o de melhor atriz coadjuvante. Em tempos de reality shows, ver ou rever Rede de Intrigas é sempre uma boa pedida.
REDE DE INTRIGAS (Network – EUA 1976). Direção: Sidney Lumet. Elenco: Peter Finch, Faye Dunaway, William Holden, Robert Duvall, Beatrice Straight, Wesley Addy, Ned Beatty, Arthur Burghardt, Bill Burrows e Jordan Charney. Duração: 121 minutos. Distribuição: Fox.
Respostas de 2
Você está contando como único Oscar póstumo para ator principal, certo?
Anotado para ver; obrigada, Marden.