Os subtítulos brasileiros, que de cara resumem o filme, já são quase que uma tradição. A lista de exemplos é extensa. Patton: Rebelde ou Herói? é apenas mais um. O diretor Franklin J. Schaffner vinha de um grande sucesso, a versão original de O Planeta dos Macacos, quando assumiu o projeto sobre a vida do polêmico general George Smith Patton Jr. A partir da biografia escrita por Ladislas Farago e Omar N. Bradley, os roteiristas Francis Ford Coppola e Edmund H. North traçaram um rico painel de um homem que era temido por seus inimigos e por seus colegas de farda. Um homem de personalidade forte e ao mesmo tempo instável. Patton foi um dos maiores gênios militares do Século XX e tinha nele próprio um oponente que ele nunca conseguiu derrotar. Para interpretar um homem assim, somente um ator do porte de George C. Scott para dar conta de toda a sua complexidade. Scott não deixa por menos e se entrega ao papel de maneira absoluta. A sensibilidade do diretor Schaffner aparece na forma como ele conta sua história, optando por grandes e pequenos planos sempre que necessário. A figura de Patton já é, por si só, grande demais. Um cineasta menos habilidoso poderia facilmente sucumbir diante de personagem tão forte. Não é o que acontece aqui. Tudo em Patton é grandioso e funciona a favor da narrativa. O filme foi o grande vencedor do Oscar em 1970. Concorreu a dez prêmios e ganhou sete: filme, direção, ator, roteiro adaptado, montagem, som e direção de arte. Uma curiosidade: George C. Scott se recusou a receber seu Oscar alegando ser injusta uma disputa entre atores e que a festa parecia um “desfile de carne”.