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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

PALOMA

Sonhar é algo inerente ao ser humano. Trata-se de um direito comum a todas e todos. Um sonho bem simples move a personagem-título de Paloma, do cineasta pernambucano Marcelo Gomes. Interpretada pela atriz Kika Sena, o filme nos apresenta uma mulher trans que vive com o namorado Zé (Ridson Reis). Ela sonha se casar com ele na igreja vestida de branco com véu e grinalda. O padre diz que não é possível, a menos que o Vaticano autorize. O roteiro de Gomes, escrito junto com Gustavo Campos e Armando Praça, não explora a condição de Paloma. A maneira como ela é mostrada é extremamente digna e humana. Mas ele não deixa de escancarar a reação hipócrita de uma comunidade reacionária que não admite qualquer “quebra” que seja em seu arcabouço social. Paloma trabalha, paga impostos, é honesta. O que ela fez de errado então? Essas questões estão implícitas e as respostas se resumem a uma única palavra: preconceito. Quem acompanha a carreira de Marcelo Gomes sabe que se trata de um cineasta dos mais sensíveis e criativos na abordagem de temas delicados. Não é diferente em Paloma, filme vencedor da mostra competitiva da Première Brasil do Festival do Rio de 2022, ganhador também do troféu de melhor atriz, para Kika Sena, e do Prêmio Félix, concedido a obras com temática LGBTQIA+.

PALOMA (Brasil 2022). Direção: Marcelo Gomes. Elenco: Kika Sena, Samya De Lavor, Suzy Lopes, Ridson Reis, Nash Laila, Ana Maria Marinho e Buda Lira. Duração: 104 minutos. Distribuição: Pandora Filmes.

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