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OS PALHAÇOS

Quem conhece a filmografia do cineasta italiano Federico Fellini sabe que ele tem no circo uma de suas maiores inspirações. E circo lembra, obviamente, palhaços. Produzido pela RAI (Radiotelevisione Italiana), o que seria um documentário se transforma em algo maior. Esperar que um artista talentoso e inquieto como Fellini realizasse uma obra previsível e formatada para os limites impostos pela TV chega a ser ingênuo. Ele mergulha no universo circense e destaca uma das figuras mais marcantes do espetáculo: o palhaço. Há aqui uma mistura delirante entre a realidade e a fantasia. Com muito humor e sensibilidade, Os Palhaços é um “falso documentário” apaixonante. Fellini colhe depoimentos tocantes de grandes artistas do passado e faz de tela um grande picadeiro. Mas não pense que é tudo só alegria. Paralelo a este lado mais lúdico e de resgate dos mestres do riso, o filme não deixa de apontar também as mazelas do ofício de quem vive de roubar risadas do respeitável público. Fellini não esquece de prestar uma “auto-homenagem-referência” a um de seus clássicos, A Doce Vida. Em uma cena aparece a bela Anita Ekberg no meio do circo querendo comprar um gato. Outro ponto forte é a maneira como o diretor conduz suas conversas. O que, em um primeiro momento, parece desleixo, revela-se uma contundente crítica social. Coisa de gênio.
OS PALHAÇOS (I Clowns – Itália 1970). Direção: Federico Fellini. Documentário. Duração: 92 minutos. Distribuição: Dreamland Filmes. 

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