Dizem que filho de peixe peixinho é. No caso de Joe Hill, filho do cultuado escritor Stephen King, essa máxima se aplica muito bem. Ele, assim como o pai, é autor de histórias de terror e suspense. Seu conto O Telefone Preto foi adaptado por Scott Derrickson e C. Robert Cargill e virou o filme de mesmo nome, dirigido em 2021, por Derrickson, mesmo diretor de O Exorcismo de Emily Rose e de Doutor Estranho, da Marvel. A história se passa em Denver, no ano de 1978, e gira em torno de um assassino em série que sequestra garotos do bairro. Finney Shaw (Mason Thames), de 13 anos, é uma dessas vítimas. Ele é jogado em um porão onde tem apenas uma cama e um aparelho telefônico mudo na parede. Porém, ele toca e Finney passa a receber “ligações” das vítimas anteriores do cativeiro. Derrickson tira máximo de proveito da história de Hill investindo na construção de personagens e nos aspectos sobrenaturais da situação apresentada. Temos uma trama que trabalha mais a sugestão do que o explícito. Trata também do clássico ritual de passagem, tanto de Finney como de sua irmã Gwen (Madeleine McGraw). Em resumo: uma pequena e eficiente joia do gênero.
O TELEFONE PRETO (The Black Phone – EUA 2021). Direção: Scott Derrickson. Elenco: Ethan Hawke, Mason Thames, Jeremy Davies, Madeleine McGraw, E. Roger Mitchell, Troy Rudeseal, James Ransone e Rebecca Clarke. Duração: 103 minutos. Distribuição: Universal.