Imagine que desde o seu nascimento sua vida foi acompanhada nos mínimos detalhes por toda a população do planeta. Imagine agora que tudo a sua volta é falso. Sua cidade é um grande cenário e sua família, amigos, ex-professores, vizinhos e colegas de trabalhos são atores contratados para interagir com você. Essa é a vida de Truman Burbank, personagem de Jim Carrey em O Show de Truman, do australiano Peter Weir. O roteiro foi escrito pelo neozelandês Andrew Niccol, que precisava de dinheiro para a produção de Gattaca. Para consegui-lo, escreveu esta história original e a vendeu para a Paramount. O Show de Truman lida com algo cada vez mais preocupante em nossa vida moderna: a invasão de privacidade por parte dos meios de comunicação. O caso de Truman, obviamente, é um pouco extremado e, até onde sabemos, inteiramente fictício. Porém, não deixa de funcionar como um alerta. Jim Carrey, longe das caretas e das interpretações “físicas” de suas personagens mais conhecidas, revela, mais uma vez, seu grande talento para o drama e constrói uma figura ímpar em sua filmografia.