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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

O SEQUESTRO DO PAPA

O italiano Marco Bellocchio talvez seja hoje o cineasta de seu país há mais tempo em atividade. São mais de 60 anos de carreira e mais 50 trabalhos feitos como roteirista e diretor. O Sequestro do Papa, que ele dirigiu em 2023, tem por base uma história real. O roteiro, escrito por Bellocchio e Susanna Nicchiarelli, é uma adaptação do livro Il Caso Mortara, de Daniele Scalise. Tudo começa em Bolonha, na Itália, no ano de 1858, quando o menino Edgardo Mortara (Enea Sala), de apenas seis anos e filho de uma família judia, é levado pela Igreja Católica, a mando do Papa Pio IX, para ser criado como cristão em um convento. A partir daí, acompanhamos a luta de seu pai e sua mãe para libertá-lo e isso acaba por desencadear uma intensa disputa política que mobiliza diferentes países e especialmente as forças defensoras da democracia italiana. Bellocchio conduz sua narrativa com precisão cirúrgica e mantém nosso interesse até o fim. O apuro visual, retratado através de uma rigorosa reconstituição de época e caprichados figurinos e objetos de cena enriquecem ainda mais a história que nos é contada. Em tempo: Esse projeto esteve nas mãos de Steven Spielberg em 2016 e ele chegou até a escalar parte do elenco, no entanto, não encontrou a criança certa para fazer o papel de Edgardo e terminou desistindo da produção.

O SEQUSTRO DO PAPA (Rapito – Itália 2023). Direção: Marco Bellocchio. Elenco: Paolo Pierobon, Leonardo Maltese, Enea Sala, Fausto Russo Alesi, Barbara Ronchi, Samuele Teneggi, Filippo Timi e Frabrizio Gifuni. Duração: 135 minutos. Distribuição: Pandora Filmes.

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