Quando Milos Forman, cineasta tcheco radicado nos Estados Unidos, dirigiu O Povo Contra Larry Flynt em 1996, não imaginou que seu filme continuaria tão atual. O roteiro que ele tinha, escrito por Scott Alexander e Larry Karaszewski, se inspirava na vida do editor da revista pornográfica Hustler, muito popular nos anos 1970. Misturando comédia com drama de tribunal, o filme utiliza a figura de Flynt, vivido de maneira estupenda por Woody Harrelson, para tratar de um tema maior: a liberdade de expressão. Flynt sempre provocou polêmicas e enfrentou inúmeros processos judiciais movidos por religiosos e organizações de direita. Alvo de ameaças constantes, chegou até a sofrer um atentado que o deixou paralítico. Milos Forman, como excelente diretor que é, explora todas as nuances da personalidade de Flynt e faz uso dos excessos do mesmo para defender seu ponto de vista. Com muita ironia e bom humor, o cineasta conta ainda com um elenco de apoio inusitado. Nele se destacam Edward Norton, que faz o advogado de Flynt; a cantora Courtney Love, viúva de Kurt Cobain, do Nirvana, como sua esposa; e o próprio Larry Flynt, que faz uma ponta no papel do juiz Morrissey.
O POVO CONTRA LARRY FLYNT (The People vs. Larry Flynt – EUA 1996). Direção: Milos Forman. Elenco: Woody Harrelson, Edward Norton, Courtney Love, James Cromwell, Crispin Glover, Vincent Schiavelli e Norm MacDonald. Duração: 129 minutos. Distribuição: Columbia.
Uma resposta
Um Milos Forman é, sempre, CINEMA com letras graúdas.