O diretor carioca Carlos Manga foi um dos maiores nomes das chanchadas da Atlântica, que reinaram absolutas nas bilheterias nacionais dos anos 1950. Mais conhecido por suas comédias, tanto no cinema como na televisão, Manga dirigiu este O Marginal, em 1974, e surpreendeu todo mundo ao abandonar o gênero que o consagrou. Com roteiro do próprio diretor, escrito junto com Lauro César Muniz, a partir de um argumento de Dias Gomes, o filme segue a cartilha dos policiais hollywoodianos. Incluindo alguns flashbacks e razões psicológicas para justificar o comportamento de Osvaldo de Moraes (Tarcísio Meira), na época o grande galã da TV buscando aqui fugir um pouco do estereótipo de bom moço. Ele, quando criança, fugiu de um orfanato, onde sofria maus tratos, e acabou por entrar, já adulto, para o crime. Ambicioso, Valdo termina dando “um passo maior do que a perna” e acaba preso. No melhor estilo “femme fatale” dos clássicos policiais noir dos anos 1940, a mulher, ou como é o caso em O Marginal, as duas que cruzam o caminho de Valdo, têm papel decisivo em sua vida. Manga imprime ritmo e realiza uma obra que não nega sua inspiração “made in Hollywood”, mas também não a compromete. E ainda tem uma trilha sonora composta pela dupla Roberto e Erasmo Carlos.
O MARGINAL (Brasil 1974). Direção: Carlos Manga. Elenco: Tarcísio Meira, Darlene Glória, Vera Gimenez, Edney Giovenazzi, Carlos Kroeber, Francisco Di Franco, Victor Merinow, Maurício do Valle e Anselmo Duarte. Duração: 105 minutos. Distribuição: Cinedistri.