Anton Corbijn nasceu na Holanda e ficou conhecido como fotógrafo de capa de discos de rock. São dele, por exemplo, as fotos do álbum The Joshua Tree, do U2. Daí, ele passou a dirigir videoclipes e estreou como cineasta em 2007, com o filme Control, espécie de cinebiografia de Ian Curtins, vocalista da banda Joy Division. Seus trabalhos posteriores se afastaram um pouco do universo da música e abraçaram o mundo da espionagem. Primeiro com Um Homem Misterioso, em 2010. Depois com este O Homem Mais Procurado, seu terceiro longa. O roteiro, escrito por Andrew Bovell, adapta o romance homônimo de John Le Carré. A ação acontece na Alemanha onde a chegada do imigrante Issa Karpov (Grigoriy Dobrygin) chama a atenção tanto dos alemães como dos americanos e seus respectivos serviços secretos. Todos os passos de Issa são vigiados continuamente. Afinal, ninguém sabe se ele é apenas mais um que quer refazer a vida em outro país ou se é um terrorista. O que chama mais a atenção nas obras de Le Carré é a maneira desglamurizada e realista com que ele trata a espionagem e seus agentes. Esta abordagem se faz presente aqui na figura de Günther Bachmann, interpretado por Philip Seymour Hoffman, morto em fevereiro de 2014, neste que foi seu último trabalho como protagonista. Não espere correria, lutas e explosões sem fim em O Homem Mais Procurado. A arte de saber esperar e ter muita paciência são as “armas”, digamos assim, desses agentes. Corbijn, por sua vez, cria a tensão necessária para manter nossa atenção na história que ele está contando.
O HOMEM MAIS PROCURADO (A Most Wanted Man – EUA 2014). Direção: Anton Corbijn. Elenco: Philip Seymour Hoffman, Grigoriy Dobrygin, Homayoun Ershadi, Nina Hoss, Daniel Brühl e Willem Dafoe. Duração: 122 minutos. Distribuição: Paris Filmes.
