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CINEMARDEN VAI AO OSCAR

O ENIGMA DE KASPAR HAUSER

O cineasta alemão Werner Herzog é dono de uma filmografia das mais inusitadas. Seu estilo, bem pessoal, costuma misturar ficção e documentário. O Enigma de Kaspar Hauser, filme que ele escreveu e dirigiu em 1975, não foge à regra. Baseado em fatos históricos, acompanhamos aqui o drama de um jovem que é encontrado perdido em uma praça da cidade de Nuremberg, no ano de 1828. O mistério aumenta ainda mais quando descobrem que ele não fala e não consegue ficar em pé. Afinal, o que poderíamos esperar de uma pessoa que passou a vida inteira trancada em um porão? Ele carrega uma carta onde algumas pistas de seu passado e seu nome são revelados. Claro que o estranho Kaspar Hauser (Bruno S.) se torna o assunto da pequena cidade. E Herzog aproveita sua história para fazer uma análise psicológica do ser humano. Até que ponto somos civilizados? Ou melhor, temos condições de “civilizar” alguém? São perguntas feitas pelo diretor ao longo do filme e que cabe ao espectador respondê-las. Vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes, O Enigma de Kaspar Hauser é intrigante, provocador e as questões que ele coloca continuam bastante atuais.
O ENIGMA DE KASPAR HAUSER (Jeder Für Sich Und Gott Gegen Alle – Alemanha 1975). Direção: Werner Herzog. Elenco: Bruno S., Walter Ladengest, Brigitte Mira, Willy Semmelrogge, Marcus Weller e Gloria Doer. Duração: 109 minutos. Distribuição: Versátil.

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Respostas de 2

  1. E a abertura do filme, uma antiga gravação do Die Bildnis ist bezauber shön, a área inicial do Príncipe Tamino, de A Flauta Mágica! Com esse “a imagem é magicamente bela” o Herzog remete às primeiras visões externas do Kaspar Hauser, depois de sair de sua prisão: o rio, uma torre, uma mulher lavando roupa… Quero dizer: a área foi escolhida com rigor e amor pelo Herzog. Ele quis transmitir ao espectador tudo o que ela diz em consonância com os sentimentos do Kaspar. Magnífico!

  2. E saber que a tradução correta do título original é “Cada Um Por Si e Deus Contra Todos” – tirada do livro Macunaíma, de Mário de Andrade – é realmente entender o impacto no qual Marden evidencia: estaria a civilização preparada para civilizar?

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