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O DONO DA NOITE

Paul Schrader sempre foi um outsider. Seja nos roteiros que escreveu (Taxi Driver, A Última Tentação de Cristo) ou nos filmes que dirigiu (Mishima, Submundo do Sexo). Em 1992 ele escreveu e dirigiu este O Dono da Noite. Aqui, somos apresentados a La Tour (Willem Dafoe). Ele trabalha como intermediário no mercado de drogas. Sua patroa (Susan Sarandon), sonha em abandonar o tráfico e montar uma fábrica de perfumes. La Tour foi viciado, teve seu casamento arruinado e a culpa do passado o purifica no sentido de procurar uma saída para tudo aquilo. Na impossibilidade de acabar com o vício de seus clientes, ele pelo menos tenta controlar o consumo dos mesmos, evitando eventuais overdoses. Quando reencontra sua ex-esposa, a culpa torna-se mais forte e decididamente uma atitude mais drástica precisa ser tomada. Dafoe empresta novamente seu rosto à figura do mártir, como já havia feito em quase todos os seus filmes anteriores, mas poucos são bons nisso como ele. A perplexidade que La Tour transmite é comovente. A incapacidade de mudar o mundo que o rodeia e a consciência disso torna-o extremamente verdadeiro. Susan Sarandon, exalando sensualidade por todos os poros. O Dono da Noite é recomendado para espectadores de estômago forte. Não porque tenha sangue em abundância, mas por tratar de um assunto que toca fundo em nosso sentimento. A vontade de mudar e a nem sempre fácil mudança.

O DONO DA NOITE (Light Sleeper – EUA 1992). Direção: Paul Schrader. Elenco: Willem Dafoe, Susan Sarandon, Dana Delany, David Clennon, Mary Beth Hurt, Victor Garber, Jane Adams, Paul Jabara e Sam Rockwell. Duração: 103 minutos. Distribuição: Look Filmes.

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