O cineasta espanhol Fernando León de Aranoa trabalha com audiovisual desde 1995 e já havia dirigido Javier Bardem em Segunda-Feira ao Sol, feito em 2002. Quase 20 anos depois ele se une novamente ao ator neste O Bom Patrão. Com roteiro do próprio Aranoa, temos aqui uma comédia que satiriza com propriedade e bastante acidez o mundo corporativo. Bardem interpreta Blanco, o carismático e manipulador dono de uma fábrica. O título já adianta a postura de Blanco junto aos seus subordinados. Ele está sempre próximo de seus empregados e busca ajudá-los em tudo, mesmo que para isso tenha que se intrometer na vida deles. Javier Bardem carrega o filme inteiro, até pelo fato de ser o único personagem bem desenvolvido da trama. Os demais em cena possuem pouquíssimo espaço para que possam dizer a que vieram. E isso termina por tirar o brilho dessa obra que poderia ter lhes dedicado uma melhor construção. Mas, no geral, a presença de Bardem é tão intensa que acaba por nos conquistar. Uma curiosidade: O Bom Patrão foi o filme espanhol a receber o maior número de indicações ao prêmio Goya, 20 no total. Em tempo: seu grande sucesso de público na Espanha fez com que fosse o indicado do país para a disputa do Oscar 2022 de melhor filme internacional, desbancando Mães Paralelas, de Pedro Almodóvar.
O BOM PATRÃO (El Buen Patrón – Espanha 2021). Direção: Fernando León de Aranoa. Elenco: Javier Bardem, Manolo Solo, Almudena Amor, Óscar de la Fuente, Sonia Almarcha, Fernando Albizu e Tarik Rmili. Duração: 120 minutos. Distribuição: Star+.
