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O BARATO DE IACANGA

O diretor Thiago Mattar ouviu falar pela primeira vez do Festival de Águas Claras por seu pai, que havia ido a uma das quatro edições entre meados das décadas de 1970 e 1980. E justamente por encontrar pouquíssimo material sobre o tema, ele decidiu realizar o documentário O Barato de Iacanga. Chamado comumente de Woodstock brasileiro, a primeira edição do festival ocorreu em 1975 de forma bastante amadora, na fazenda da família de Antonio Checchin Júnior, o Leivinha. Localizada no município de Iacanga, no interior paulista, Águas Claras tornou-se ao longo dos anos seguintes, e isso vale até hoje, um dos símbolos nacionais de contracultura. O filme de Mattar resgata preciosas imagens de arquivo, além dos depoimentos de artistas que tocaram lá e dos organizadores do projeto. Desde o início, Leivinha enfrentou a pressão os órgãos de repressão da governo militar da época. Águas Claras levou ao palco em suas edições nomes importantes da MPB e do rock nacional. Moraes Moreira, Raul Seixas, Walter Franco, Gilberto Gil, Luiz Gonzaga, Alceu Valença, Paulinho da Viola, Erasmo Carlos, Wanderléa, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti e até João Gilberto, que encerrou a edição de 1983 tocando para um público estimado de 70 mil pessoas. Temos aqui um registro fundamental de uma geração que viveu um período difícil da história do Brasil. Uma geração que ousou sonhar e protestar com uma revolução movida a paz, amor e muita música.

O BARATO DE IACANGA (Brasil 2019). Direção: Thiago Mattar. Documentário. Duração: 90 minutos. Distribuição: Versátil/Netflix.

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